segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como usar tecnologia para promover mais estudo entre os alunos

18/04/2011
Jornal Virtual (Revista Profissão Mestre)
"Cuidado com o que se diz aos alunos na web!", alerta a doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem e palestrante do 18º Educador/Educar, Betina Von Staa. Confira na íntegra o artigo publicado pelo Jornal Virtual da revista Profissão Mestre.
Como usar tecnologia para promover mais estudo entre os alunos
Já virou lugar-comum afirmar que os jovens de hoje são hiperconectados, que vivem online e que estão sempre com seus amigos na rede. Os professores, muitas vezes, sentem-se acuados, acreditando que vivem em um mundo à parte dos alunos, no qual não conseguem entrar. Ou, por outro lado, tentam se relacionar com seus alunos nas redes sociais (como Orkut e Facebook) ou por comunicadores instantâneos (MSN e Skype, entre outros), para se aproximarem mais dos alunos.
Na verdade, professores, assim como qualquer pessoa, têm todo o direito de decidir legitimamente se querem entrar em redes sociais ou não, e se querem falar com tal pessoa em determinado momento por meio do comunicador instantâneo, ou não. Não precisam sentir-se intimidados por não estarem nas redes sociais, nem obrigados a se comunicar com seus alunos nas horas vagas por esse meio. Por outro lado, se gostarem, podem se encontrar com os alunos ali, lembrando que tudo o que registrarem na internet para seus alunos não será lido como postagem de qualquer pessoa, mas de um professor. Portanto, cuidado com o que se diz aos alunos na web!
Mais do que discutirmos longamente se devemos ou não nos comunicar com os alunos no espaço virtual ao qual estão acostumados, seria relevante levantar bons motivos para um professor fazer isso. Ou seja: devemos observar se esse contato com os alunos promove mais estudo e aprendizagem, que é o que um professor deve promover quando interage com seus alunos.
Existem muitas maneiras de promover mais estudo por meio da internet, que os jovens adoram e que, consequentemente, é o espaço em que podemos encontrá-los com muita facilidade fora do horário da aula. Professores podem abrir canais online, no mínimo, para sugerir materiais de consulta. Para tanto, podem criar um site, um blog ou usar as famosas redes sociais e comunicadores instantâneos. Cada professor pode fazer o que preferir.
Fazendo isso, o professor pode exercer sua função docente, com muito conforto, competindo legitimamente pelo tempo dos alunos na rede. Quais seriam as vantagens disso? Tomando a si a tarefa de recomendar conteúdos aos seus alunos, o professor consegue direcioná-los a materiais de melhor qualidade, e ainda acrescentar seus próprios comentários sobre os links recomendados.
Por incrível que pareça, alunos tendem a gostar das recomendações de professores quando se tratam de materiais da rede. Os pais dos alunos também confiam nos professores quando o assunto é internet e se sentem seguros quando sabem que seus filhos estão acessando material indicado pelos seus mestres. Além de direcionar os alunos a materiais de qualidade, essa prática também tem a vantagem de incentivar que eles leiam mais, que se dediquem a tarefas mais relevantes do que puramente ao lazer e relacionamento social na rede. Como não há limite de tempo e de espaço na internet, o professor também pode indicar conteúdos indiretamente relacionados com a sua disciplina ou, simplesmente, interessantes.
Com essa prática, o professor mostra aos alunos que está atualizado, que está na rede, e que sabe o que se passa ali. Ele também encontra os alunos exatamente onde eles passam a maior parte dos seus dias. Vale a pena. Afinal, uma das maiores vantagens da internet para a aprendizagem é que ela amplia o tempo de estudo de muita gente. Vamos aproveitar essa vantagem!
Texto de Betina Von Staa, doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ela também será uma das palestrantes do 18º Educador (Congresso Internacional de Educação), programado para maio, em São Paulo (SP), cujo tema de abordagem será “Analfabetos Digitais Funcionais? A Formação de Professores e o Trabalho com as Tecnologias e Mídias Educacionais”.

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